Com o
lançamento da revista Nova Águia Nº 19, ocorrido em Abril último, e que contém sete textos relativos a Afonso de Albuquerque, como que se completa o «ciclo
comemorativo» iniciado em Dezembro de 2015 com a realização do colóquio,
organizado pelo Movimento Internacional Lusófono, aquando do 500 anos da morte do segundo
Vice-Rei da Índia. Porém, e além de um contexto nacional e até de um
internacional, a evocação teve também um contexto local. Mário Cantiga,presidente da União das Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, foi das primeiras pessoas a ser contactada (em 2014) e informada
relativamente à importante data que se avizinhava. E não só providenciou que na
vila ribatejana, onde existe uma «Avenida Afonso de Albuquerque» e um «Jardim
Braz de Albuquerque», o «César do Oriente» fosse recordado – através de uma exposição – como esteve igualmente presente na Biblioteca Nacional de Portugal,
no primeiro dia do colóquio, na sessão de abertura, e na mesa do auditório da
BNP, tendo feito então uma breve alocução. Agora, publica-se aqui o texto que
escreveu e que nos enviou, e em que faz a sua retrospectiva da iniciativa.
«Aquando da nossa chegada aos destinos da
União das Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, o Sr.
Octávio dos Santos procurou-nos no sentido de nos fazer saber da efeméride que
se aproximava, os 500 anos da morte do alhandrense mais notável de sempre.
Como sabemos que somos o reflexo e o
resultado dos nossos antepassados, que com a sua personalidade formaram e
enformaram a nossa identidade como povo e como cidadãos do Mundo, acarinhámos
desde logo a ideia de se homenagear ao mais alto nível a figura de Afonso de
Albuquerque. Nesse sentido, batemos a várias portas, poder local, para se fazer
“algo em grande” que fizesse jus à importância do Vice-Rei da Índia. Rapidamente
compreendemos que os homens, entenda-se os políticos, são mesquinhos e
pequeninos de pensamento porque agarram-se a preconceitos ou a conceitos como a
indefinição da origem de Afonso de Albuquerque para não se centrarem na tão
merecida homenagem ou nas comemorações da morte de tão ilustre português.
Seja qual for a dúvida, sobre se Afonso de Albuquerque
nasceu em Alhandra ou em Vila franca de Xira, uma coisa é certa: este grande homem
era do concelho, e o que se verificou é que a Câmara Municipal não se empenhou
na referida efeméride. Nós, no âmbito da nossa freguesia, à nossa pequena
escala, assinalámos o dia com uma exposição de trabalhos dos alunos das escolas
da freguesia, para além de em todas as iniciativas da freguesia evocarmos
Afonso de Albuquerque.
Foi uma honra, e um enorme prazer para mim,
poder representar o povo de Alhandra no colóquio organizado pelo MIL na
Biblioteca Nacional e visitar a mostra documental na Torre do Tombo. Em meu
nome, e, arrisco, em nome de todos os meus conterrâneos, agradeço a todos os
envolvidos, professores, cientistas sociais, historiadores, jornalistas,
académicos, o interesse e a divulgação, e ainda o facto de não deixarem
esquecer o melhor que Portugal teve e tem, e, já agora, por nos permitirem
compreender as nossas origens de modo a que possamos criar o futuro.»
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