Não deixa de ser, de certa
forma, como que uma coincidência: foi em Goa, e no dia 10 de Dezembro de 1616, que
morreu Diogo do Couto. Ou seja, «exactamente» 101 anos depois... menos seis dias, e no mesmo ponto
do Mundo, de Afonso de Albuquerque. Os feitos deste, passado um século, ainda se
faziam sentir na Índia Portuguesa. Um colóquio – nas próximas quinta e sexta-feiras – e mostra documental – desta quinta-feira até 31 de Janeiro – a decorrerem no Arquivo Nacional da Torre do Tombo assinalarão a efeméride.
Lê-se na apresentação da
iniciativa (texto corrigido): «Nos dias 15 e 16 de Dezembro (de 2016) terá
lugar, na Torre do Tombo, o colóquio Internacional “Diogo do Couto: história e
intervenção política de um escritor polémico”. Este colóquio pretende congregar
um conjunto de investigadores que têm estudado o autor, a sua produção textual
e/ou a sua época, no sentido de propiciar um espaço de reflexão e dar novo
fôlego aos estudos coutianos, no momento em que se cumprem 400 anos sobre a
morte de Diogo do Couto, ocorrida em Goa a 16 (10) de Dezembro de 1616. Paralelamente
estará patente no átrio principal a mostra documental “Diogo do Couto” onde se
aliam documentos em suporte original com o suporte digital. Entre outros
mostram-se algumas “Décadas da Ásia” originais, parte autógrafas e parte
ideógrafas, nomeadamente a oitava, onde Couto conta o encontro que teve com
Luís de Camões em Moçambique, ou a “Década” doze, livro quinto, onde se
descreve “… a grande e admirável cidade que se descobrio nos matos do Reino cãboja
e de sua fábrica e sítio” (Angkor); o “Tratado dos Gama” da autoria de Diogo do
Couto, II parte, relativa aos sucessos dos filhos de Vasco da Gama na Índia, ou
ainda algumas das cartas que escreveu ao Conde da Vidigueira, D. Francisco da
Gama, onde fala da actualidade política da época, entre outros muitos assuntos.
Para finalizar, mostram-se alguns documentos produzidos por Diogo do Couto no
âmbito da sua actividade enquanto guarda-mor da Torre do Tombo do Estado da
Índia.»
De assinalar que um dos
três elementos da comissão organizadora do evento – e um dos oradores – é Rui Manuel
Loureiro, que no ano passado participou no colóquio «Afonso de Albuquerque, 500
anos depois – Memória e materialidade». Usará igualmente da palavra João Teles
e Cunha, que também colaborou connosco em 2015 na evocação do «César do
Oriente».
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